Nosso final de semana passado foi agitado (finalmente). O Lucas conseguiu se instalar na sala dos pós doutorandos de Física, e fez amizade com uns outros físicos que convidaram a gente pra sair. Sexta-feira nos encontramos na praça aqui do lado de casa, Piazza del'Imacolata, que por coincidência é um dos lugares mais agitados de Roma (eu sempre morando no meio do fervo).
Aliás, pra quem quiser ver onde a gente mora, aí está.
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Nos encontramos então com um brasileiro, um australiano e um espanhol, todos muito parceiros.
Ficamos falando inglês, italiano e português, o que ficou cada vez mais divertido depois de algumas cervejas. Ficamos até amigos de um poeta de rua muito figura e eu interagi com uns italianos surdos (!). Depois fomos a um lugar chamado Locanda Atlantide, ver um show de uma banda de bluegrass dos Estados Unidos.
Eu confesso que me desanimei um pouco, achei a banda meio ruim mesmo, mas o resultado final da noite é que fomos dormir às 5h da manhã na casa do espanhol, com direito a um kebab no caminho. Ou seja, sucesso total na nossa primeira noitada romana.
Sábado, como não poderia deixar de ser, ficamos meio zumbis o dia todo, mas ainda conseguimos fazer um passeio pelo Trastevere (outra zona boêmia de Roma, um pouco mais refinada que aqui) e até um piquenique na beira do rio Tevere.
Domingo fomos encontrar outros novos amigos, a Tati e o Valério. A Tati eu conhecia da Psicologia da UFRGS, quando eu estava no primeiro ano ela me passou uma bolsa de iniciação científica e foi morar em Paris. Seis anos depois, ela mora em Roma e é casada com um italiano.
Caminhamos pra caramba domigo com eles. Fomos em vários lugares turísticos (Igreja de São Jorge - com os restos mortais dele, a Boca della Veritá, Teatro di Marcello, Piazza Navona, Café Giolitti - e seu incrível sorvete melhor do mundo!, e a famosa exposição do Hopper que estávamos loucos pra ver). O grande problema é que deu um problema no cartão de memória da minha câmera e perdi todas as fotos... Que frustração.
Fizemos inclusive um almoço de verdade, desses que a gente quase nunca faz. Geralmente só comemos sanduíche, pizza e kebab na rua, e deixamos pra comer comida de verdade aqui nas freiras. Nesse dia eu comi uma incrível lasagna e uma alcachofra à romana, as duas muito deliciosas.
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Ontem fui nos museus Capitolinos. São dois museus, um de frente pro outro, na praça do Campidoglio. É um lugar incrível, acho que é o museu mais impressionante que eu fui até agora.
A Colina Capitolina é a principal das 7 colinas de Roma, e no museu a gente descobre que ela já vem sendo habitada desde a idade do Bronze (3000 a.C.)
Em VI a.C. foi construído ali o Templo de Júpiter, o mais importante da Roma Antiga, do qual é possível ver as bases que estão sob o museu, e ter alguma noção da imponência do lugar.
Durante a idade Média o lugar ficou meio abandonado, apesar de estarem ali construídos os importantes palazzos que são hoje as sedes dos museus. No século XVI o papa Paulo III, da nobre (e rica) família Farnese solicitou a ninguém menos que Michelangelo que fizesse um projeto para revitalizar a praça, e ao mesmo tempo oferecer um espaço nobre para a estátua de Marco Aurélio que foi encontrada neste período.
Michelangelo então desenhou a belíssima praça, mas não viveu o suficiente para vê-la terminada. Na verdade ela levou mais de um século para ficar pronta. Pesquisando na internet encontrei um site que afirma que há significados ocultos do desenho de Michelangelo, ao estilo "Código Da Vinci". Deixo as conclusões pra vocês e algumas fotos da internet, porque as minhas foram pro limbo dos arquivos perdidos.
Estátua de Marco Aurélio
Esta é a original, está dentro do museu. A que está na praça é uma cópia.
Esta é a original, está dentro do museu. A que está na praça é uma cópia.
Também fui, no mesmo dia, ao modesto Museu da Emigração Italiana, ali pertinho. Recomendo muito, principalmente pra quem tem origens italianas. Dá pra reconstruir toda a história da emigração dos italianos, dentro da própria Europa e pras Américas, inclusive com referências ao Brasil e ao Rio Grande do Sul.
Tem um texto que diz que o Rio Grande do Sul foi uma das "mais belas páginas escritas na história da emigração italiana", porque ali realmente foi onde os colonos puderam construir suas vidas, longe de histórias de discriminação e super exploração do trabalho, como aconteceu nos EUA e em São Paulo, e onde uma cultura ítalo-brasileira floresceu.
O museu tem fotos antigas, cartas dos emigrantes aos parentes contando as suas aventuras, filmes, documentos, músicas, objetos que pertenciam aos emigrantes. Vale a pena, pra quem vier a Roma.
Esse final de semana vamos fugir da massa de turistas que vêm pra Roma na Pásqua e viajaremos pra Siena, na Toscana. Espero ter bastante história pra contar na volta, e belas fotos pra mostrar.
Carol
Tem um texto que diz que o Rio Grande do Sul foi uma das "mais belas páginas escritas na história da emigração italiana", porque ali realmente foi onde os colonos puderam construir suas vidas, longe de histórias de discriminação e super exploração do trabalho, como aconteceu nos EUA e em São Paulo, e onde uma cultura ítalo-brasileira floresceu.
O museu tem fotos antigas, cartas dos emigrantes aos parentes contando as suas aventuras, filmes, documentos, músicas, objetos que pertenciam aos emigrantes. Vale a pena, pra quem vier a Roma.
Esse final de semana vamos fugir da massa de turistas que vêm pra Roma na Pásqua e viajaremos pra Siena, na Toscana. Espero ter bastante história pra contar na volta, e belas fotos pra mostrar.
Carol
Bah, Carol, que coisa triste perder as fotos! Pra mim, pelo menos, é. Já perdi um rolo de filme e algumas digitais tb...
ResponderExcluirAproveitem Siena, eu achei a cidade espetacular! Se der tempo, visitem dois vilarejos ali perto: San Gimignano e Castellina in Chianti.
Beijos e bom passeio